“Eu fui para a Itália, em 1938, quando eu estava gravemente doente e aqui no Brasil nenhum médico acertava o meu diagnóstico. Assim que cheguei lá fui operada e, logo em seguida, estourou a guerra e eu não pude voltar ao Brasil imediatamente. Por essa razão, fiquei na Itália durante doze (12) anos porque com a guerra o Mediterrâneo ficou cercado e para voltar ao Brasil eu teria que atravessar a Suíça, França, Espanha e Portugal, mas não tinha dinheiro para isso. Nesse período morei na casa da minha irmã e do meu cunhado que, por ser um militar, foi convocado para a guerra e quando preso pelos ingleses ficou num campo de concentração, no Quênia - na África. Por essa razão, minha irmã e eu ficamos separadas dele e sozinhas na Itália, durante uns cinco anos. Mesmo após terminada a guerra, ainda ficou difícil voltar ao Brasil imediatamente porque a passagem era muito cara. Havia uma desproporção muito grande, em relação ao dólar, porque a lira havia caído e a passagem era cobrada em Dólar. Só consegui voltar para o Brasil, em 50, e nessa época o mundo já era uma outra coisa”.
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