O CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL E O PROJETO MITOS DO TEATRO BRASILEIRO — ANO II, CELEBRAM 100 ANOS DE LÉLIA ABRAMO, CONSAGRADA ATRIZ QUE COMBATEU A DITADURA MILITAR
Nos bastidores da estreia de “Eles não usam black-tie”, de Gianfrancesco Guarnieri, em fevereiro de 1958, uma senhora de 47 anos se concentrava para cumprir a sina de menina, que sempre sonhou com os palcos, mas nunca conseguiu exercitar o ofício de ser atriz. Estava nervosa, com medo do sotaque italiano ofuscar a força da mulher do morro idealizada pelo autor. O Teatro de Arena estava prestes a entrar para a história ao montar um texto reflexo da sociedade brasileira, quando a personagem Romana pisa no tablado e revela o talento inquestionável de Lélia Abramo. A trajetória da vida dessa grande atriz ocupa o palco do Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) no terceiro módulo do projeto Mitos do Teatro Brasileiro — Ano II, no dia 16 de agosto (terça-feira), às 20h, com entrada franca.
Com cinco prêmios ganhos de uma única vez, Abramo abria os caminhos para trilhar uma carreira, que imediatamente tomaria conta do teatro, do cinema e da tevê. De uma hora para outra, não se falava em outra intérprete, dona de recursos incontáveis. Vinda de família italiana e de um histórico de lutas pela justiça social e pela liberdade, a atriz, que começou a carreira tardiamente, se posicionou também como uma força política na classe artística, combatendo os abusos da ditadura militar nos difíceis anos 1960. Foi presa e perseguida, mas não saiu do front de batalha, lutando por um teatro livre e com melhores condições de trabalho para o ator.
Para falar de Lélia Abramo, que completaria 100 anos em 2011, entram em cena os atores J. Abreu e Antônia Arteme para viver cenas inéditas, criadas pelo dramaturgo Sérgio Maggio, enquanto os diretores Antonio Abujamra e João das Neves testemunham fatos relevantes vividos ao lado dessa mulher que conduziu o teatro brasileiro à modernidade. As senhas para o encontro devem ser retiradas meia hora antes do evento).
Amigo e admirador de Lélia Abramo, Antonio Abujamra a dirigiu no espetáculo Raízes, no Teatro Brasileiro de Comédia, ao lado de Cacilda Becker. “Falar de Lélia Abramo, é falar da ética, da coerência humana”, destaca. Fundador do Teatro Opinião, João das Neves comandou uma segunda montagem em que a atriz interpretou Mãe Coragem, de Brecht. “Ele fez uma Mãe inesquecível”, lembra o diretor.
Após celebrar, com êxito de público e crítica, as trajetórias de Dulcina de Moraes, Dercy Gonçalves, Procópio Ferreira, Nelson Rodrigues, Cacilda Becker, Chico Anysio, Maria Clara Machado e Plínio Marcos, Mitos do Teatro Brasileiro segue saudando a memória de Paulo Autran (21 de setembro, com Karin Rodrigues e Elias Andreato), Augusto Boal (18 de outubro, com Amir Haddad e Aderbal Freire-Filho) e Dina Sfat (22 de novembro, com Juca de Oliveira e Thelma Reston). “É uma segunda geração do século 20, que vai permitir apontar as grandes transformações do teatro brasileiro a partir dos anos 1960”, observa Maggio.
Num formato de teatro-documentário, no qual se constrói ao vivo a biografia cênica do homenageado, a partir da junção de esquetes, depoimentos e vídeos, o projeto Mitos do Teatro Brasileiro contribui para consolidar a memória das artes cênicas. “É uma aula-espetáculo, na qual aprendemos juntos, artistas e plateia, a entender a construção desse teatro”, observa o ator J. Abreu.
· Acompanhe a pesquisa do projeto no blog mitosdoteatrobrasileiro.blogspot.com e siga-o no Twitter @mitosdoteatro
SERVIÇO: Projeto: Mitos do Teatro Brasileiro Ano II - Lélia Abramo Direção, texto e concepção cênica: Sérgio Maggio e J. Abreu. Com: J. Abreu, Antônia Arteme, Antonio Abujamra e João das Neves Horário: terça-feira, às 20h Duração: 100 minutos Classificação indicativa: 12 anos Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB) – SCES, Trecho 2, Lote 22, Brasília Telefone: (61) 3108-7600 Ingressos: Entrada franca. Senhas serão distribuídas na bilheteria com meia hora antecedência. O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural. O transporte funciona de terça a domingo, saindo do Teatro Nacional a partir das 11h. Trajeto e Horários Teatro Nacional: 11h, 12h25, 13h50, 15h15, 16h40, 18h05, 19h30, 20h55, 22h SHN – Manhattan: 11h05, 12h30, 13h55, 15h20, 16h45, 18h10, 19h35, 21h, 22h05 SHS – Hotel Nacional: 11h10, 12h35, 14h, 15h25, 16h50, 18h15, 19h40, 21h05, 22h10 SBS – Galeria dos Estados: 11h15, 12h40, 14h05, 15h30, 16h55, 18h20, 19h45, 21h10, 22h15 Biblioteca Nacional: 11h20, 12h45, 14h10, 15h35, 17h, 18h25, 19h50, 21h15, 22h20 UNB – Inst. Artes: 11h30, 12h55, 14h20, 15h45, 17h10, 18h35, 20h, 21h25, 22h30 UNB – Biblioteca: 11h35, 13h, 14h25, 15h50, 17h15, 18h40, 20h05, 21h30, 22h35 CCBB: 12h10, 13h35, 15h, 16h25, 17h50, 19h15, 20h40, 21h45, 22h45 |
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