Projeto concebido originalmente para a área de Ideias do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília, Mitos do Teatro Brasileiro é calcado na memória das artes cênicas nacionais.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Plínio Marcos, sambista de Sampa

[Não foi importante apenas como escritor, mas como um conhecedor e defensor da cultura popular brasileira. Em Santos, já participava das festas populares da cidade, como o Carnaval.] “Não era mole o carnaval na Baixada Santista. Começava muito antes dos três dias. Primeiro eram as batalhas de confete. Era lenha pura. Uma em cada bairro. E não era um desfile de araque com meia dúzia de crioulos batendo no couro do falecido. E depois vinha o desfile da Dorotéia. E o desfile dos blocos.” “Quem viu, viu. Quem não viu não vê mais. É uma pena.” “Não era mole botar Carnaval na rua no tempo do Mestre Zagaia. A polícia acabava com os pagodes na base do chanfralho.
Mas, nem por isso a turma do samba se acanhava. Só saía nos cordões nego pedra noventa, gente que não fazia careta pra cego nem cerimônia com otário.”


[Já em São Paulo, em 1964, escreveu um texto para um espetáculo de música popular brasileira, Nossa Gente, Nossa Música, realizado pelo Grupo Quilombo, dirigido por Dalmo Ferreira, no Teatro de Arena. Sempre foi um defensor e divulgador do trabalho de sambistas das Escolas de Samba de São Paulo. Em 1970, escreveu e dirigiu Balbina de Iansã. As músicas do espetáculo, de compositores tradicionais do samba paulista, como Talismã, Sílvio Modesto, Jangada, foram gravadas em LP, em 1971. Em 1974, lança outro LP – Plínio Marcos em Prosa e Samba, Nas Quebradas do Mundaréu – com os sambistas Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro, disco considerado fundamental para quem quer estudar o samba da cidade de São Paulo. Esse disco é resultado de um show que já vinha fazendo com esses e outros músicos e que, com algumas variações, recebeu diferentes nomes: Plínio Marcos e os Pagodeiros, Humor Grosso e Maldito das Quebradas do Mundaréu, Deixa Pra Mim que eu Engrosso.
Além desses e de outros shows, nesse mesmo período tinha programas em rádios e na Televisão Tupi, nos quais divulgava o trabalho dos sambistas paulistas. Durante vários anos, fez a cobertura do desfile das Escolas de Samba de São Paulo para jornal, rádio ou televisão.
Em 1972, é o fundador da primeira banda carnavalesca de São Paulo, a Banda Bandalha, que saía na quinta-feira da semana anterior ao Carnaval e, também, no sábado de Aleluia, e cujo ponto de partida era em frente ao Teatro de Arena, no Bar Redondo, reunindo artistas, intelectuais e sambistas de várias Escolas de Samba, que se misturavam a milhares de foliões. ]

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