Um misto de vergonha e indignação. Foi assim, impotentes, que muitos brasileiros reagiram, nas redes sociais, à notícia de que o acervo do teatrólogo Augusto Boal estava destinado aos Estados Unidos por possível falta de apoio em terras brasileiras. Um dos maiores nomes das artes cênicas do Brasil e do mundo teria parte do material catalogado ao longo da vida nos palcos tutelado à New York University (NYU), instituição onde ele teve parceria afetiva e profissional, lecionando ao longo de quatro décadas. O sentimento de dor estava associado ao fato de que, nas reportagens, a viúva e guardiã da obra, a psicanalista Cecília Boal, teria revelado as negativas do governo brasileiro em recuperar e preservar documentos, vídeos e registros de interesse mundial.
Augusto Boal deu aulas na Universidade de Nova York |
— Alem de cuidar do acervo, queremos resgatar o trabalho do Teatro de Arena, favorecer montagens de peças, algumas inéditas, e também a publicação de textos igualmente inéditos. É do nosso interesse chamar a atenção para as qualidades de Boal como escritor, por exemplo. Ele era fantástico, cheio de humor e criatividade.Revolucionário dos palcosAugusto Boal vinha com frequência a Brasília. Não só para expor o método do Teatro do Oprimido como para mostrar ao Congresso Nacional a eficácia da mistura entre ação social e teatro em realidades ditas caóticas, a exemplo do sistema prisional. O trabalho com os presos é uma das revoluções que o CTO (Centro do Teatro do Oprimido) realizava à época em que ele esteve aqui para uma audiência pública no Senado Federal.
Cecília está feliz com o carinho dos brasileiros à memória de Boal |
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