Projeto concebido originalmente para a área de Ideias do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília, Mitos do Teatro Brasileiro é calcado na memória das artes cênicas nacionais.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Festa para Mário Lago



Sérgio Maggio

O ator, dramaturgo, compositor de marchinhas, poeta, dono de tantos dons na arte, Mário Lago dizia que tinha feito um acordo com o tempo: “Nem ele me persegue, nem eu fujo dele...”. Viveram assim produtivamente. Um fazendo bem ao outro. Do passado, o senhor não tinha saudades. Colhia, sim, as lembranças. “Qualquer dia a gente se encontra e, dessa forma, vou vivendo intensamente cada momento...” Mário Lago entrou para posteridade em 2002. Viveu bem, 90 anos de lucidez. Em novembro, completaria um século. O centenário para glorificar uma trajetória marcante acaba de sair dos sonhos da família e de fãs. E acontecerá à altura do legado deixado pelo artista de tantas faces.
Nascido em 26 de novembro de 1911, Mário Lago será homenageado em projeto de muitas linguagens. A face musical do autor de marchinhas famosas, como Aurora (em parceria com Roberto Roberti) e Ai que saudades da Amélia e Atire a primeira pedra (ao lado Ataulfo Alves) ganha dois lançamentos: um disco de inéditas e poemas musicados e outro, de marchinhas. O primeiro terá um time de primeira de intérpretes (Caetano, Joyce, Frejat, Jards Macalé, Delcio Carvalho, Pedro Luís, Lenine); o outro, batizado de Folias de Lago, reunirá as canções de carnaval mais famosas e duas inéditas (Meu Rio, meu vício, com Braguinha, e Braço é braço, hino do Cordão do Bola Preta, que vai homenageá-lo no carnaval carioca de 2012.
O manancial de escritos de Mário Lago ganha cuidado especial pela editora José Olympio, que relançará: Na rolança do tempo, Bagaço de beira-estrada e 1º de abril. O livro de poemas O povo escreve a história nas paredes terá download gratuito no site comemorativo do projeto Mário Lago: Homem do século 20, a ser lançado em agosto.
A carreira de multiartista ganha ainda o registro em documentário de autoria de Marco Abujamra e Marco Oliveira, enquanto a Cia. Ensaio Aberto montará o texto inédito e censurado pela ditadura sobre a Revolução dos Alfaiates. Na programação extensa, que será disposta no site, haverá shows e exposições de acervo. Os Correios lançam um selo especial. Quem quiser matar a saudade do ator pode encontrá-lo na reprise de O clone.

"Quando deixarmos de ter esperança,
é melhor apagar o arco-íris",

Mário Lago

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